Revisitação das Lendas do Imaginário Terceirense


          No âmbito do Currículo Regional da Educação Básica e do estudo dos textos da literatura da tradição oral, os alunos da turma 3 do 7.º ano de escolaridade trabalharam várias versões da lenda da Lagoa das Sete Cidades, a nível dos domínios da leitura e da compreensão do oral, na aula da disciplina de Português, após o que revisitaram lendas do imaginário terceirense, no tocante ao domínio da escrita. Passaram os seus trabalhos a computador, em formato Word, na aula da área curricular não disciplinar de Cidadania. Posteriormente, os seus escritos foram expostos na Biblioteca Escolar, no âmbito do concurso intitulado "Revisitação das Lendas do Imaginário Terceirense", criado em parceria com a equipa de dinamização da mesma.
            Todos os membros da comunidade educativa, que visitaram a Biblioteca da E.B.S. Tomás de Borba, no final do segundo período letivo, tiveram a possibilidade de votarem na sua lenda revisitada favorita, sendo que foi atribuído um pseudónimo (os nomes das freguesias do concelho da cidade de Angra do Heroísmo) para os autores de cada texto.
            Contados os 169 votos, a aluna Sofia Raquel Torres Gonçalves, sob o pseudónimo da freguesia de "São Mateus da Calheta", foi consagrada a grande vencedora deste concurso de escrita, com 33 votos.

            Todos os alunos da turma acima referida estão de parabéns pelo seu empenho e pela criatividade que demonstraram nesta atividade! :) 






          Aqui fica o texto da aluna vencedora para divulgação.
          Parabéns, Sofia!


O amor eterno entre Angra e o Monte Brasil

            Há muitos séculos atrás, o Senhor dos Mares apaixonou-se por uma linda princesa que nunca nutriu nenhum interesse por ele.
         O Rei do Mares, desgostoso com a falta de atenção da princesa, sentia crescer, dentro de si, o ciúme e o ódio pelos causadores da sua infelicidade, até que, um dia, decidiu que iria casar com a linda princesa chamada Angra, custasse o que custasse. Esta era uma linda rapariga morena, de olhos cor de avelã, que usava sempre longos vestidos de um lindo tecido branco.
         Brasil, o príncipe de Riga, uma terra distante, estava com o seu pai, em busca de terras novas. O jovem, que era um rapaz louro de olhos azuis, procurava uma linda princesa para casar e construir uma família. Dias mais tarde, o príncipe e o seu pai encontraram uma ilha no meio do nada. Quando desembarcaram, o príncipe Brasil encontrou a princesa Angra e, simultaneamente, apaixonaram-se perdidamente um pelo outro e decidiram, então, que tinham de casar, para ficar juntos até à morte. Nesse preciso momento, o rei dos mares ficou furioso e decidiu formar uma grande tempestade que dividiu a ilha em duas partes, de forma a separar os dois príncipes. Ambos morreram de tristeza e de desgosto, cada um numa das partes formadas pelo Senhor dos Mares que, arrependido do seu gesto, decidiu juntar os montes, como prova da sua tristeza e para se sentir desculpado pelo mal que causara aos jovens, unindo, com o seu sopro as duas partes da ilha: a cidade onde falecera Angra e o Monte onde morrera Brasil.
         É por isso que se chama Monte Brasil, o monte dedicado ao príncipe de Riga e Angra do Heroísmo à cidade dedicada à princesa Angra.

Pseudónimo: SÃO MATEUS DA CALHETA